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11 de novembro de 2024

Piloto automático: ainda há mistérios entre o céu e a terra?


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 14/07/2021 às 21h04 Atualizado 02/11/2022 às 19h58
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Condução autônoma para veículos automotores: o piloto automático e outros mistérios em questões de segurança. Leia o post de Rodrigo Vargas.

Piloto automáticoFoto: Divulgação autor

Embora o primeiro voo comercial com passageiros tenha ocorrido em 1914, ainda hoje muitas pessoas têm medo de viajar de avião. Algo extremamente compreensível, se pensarmos de forma racional. Se viajar dentro de uma lata de alumínio a mais de 10 mil metros de altura não o deixa minimamente apreensivo, talvez o problema seja com você (risos)!

No entanto, ainda que pareça loucura, o avião é considerado um dos meios de transporte mais seguros que existem. Há apenas uma forma de ganhar os ares de maneira mais segura: de elevador. Se, mesmo consciente da segurança dos aviões você ainda acha a ideia de viajar entre as nuvens perigosa, há uma explicação bastante plausível: isso já foi verdade em outros tempos. Felizmente, de uns anos para cá, muito mudou no que diz respeito à segurança na aviação.

Atualmente, o maior risco numa viagem aérea está no trajeto até o aeroporto.

Muito dessa segurança na aviação se dá pelos implementos tecnológicos desenvolvidos nos últimos anos. Hoje, é possível configurar o destino de voo e chegar lá com intervenção mínima do piloto ou copiloto. Aliás, esse é outro quesito que faz das viagens aéreas uma das modalidades de transporte mais seguras: o princípio da redundância. Ou seja, tudo é checado e revisado duplamente além de, é claro, haver sempre dois pilotos, dois motores e, no mínimo, dois instrumentos de navegação.

Esse, muito provavelmente, seja o grande mistério que separa o céu e a terra em questões de segurança. Recentemente, um acidente com um veículo da Tesla nos Estados Unidos deixou dois mortos e foi responsável por um prejuízo de 6 bilhões de dólares ao CEO da empresa, Elon Musk. Em suma, há suspeitas de que o piloto automático do veículo tenha falhado, o que pôs novamente em cheque a segurança do sistema.

No entanto, as autoridades locais, após controlarem o incêndio causado pela colisão, encontraram os corpos dos dois ocupantes do veículo. Um estava no banco do carona e outro no banco traseiro do veículo. Mesmo com as orientações de segurança para o uso do sistema de piloto automático da empresa dizerem que o condutor deve ficar sempre atento à estrada e pronto para intervir em caso de necessidade.

É curioso pensar que, enquanto você lê esse texto, milhares de aeronaves estão sobrevoando as nossas cabeças simultaneamente, de forma praticamente autônoma.

No site flightradar24.com é possível acompanhar em tempo real todas as aeronaves em operação. A imagem a seguir dá uma noção do tráfego aéreo:

Tráfego aéreoFoto: Divulgação autor

Entretanto, quando se fala em condução autônoma para veículos automotores isso ainda parece causar temor em muita gente. Talvez, pelo fato de estarem em uma caixa de metal sobre rodas a nível do mar (e não a 10 mil metros de altura), esses condutores não têm a exata percepção do risco em que estão. Nesse sentido, acabam se colocando em risco ainda maior pela falsa sensação de segurança. Contraditoriamente, um automóvel, que na lógica deveria ser imensamente mais seguro que um avião, acaba tirando muito mais vidas.

O fato é que quando Shakespeare, em meados do ano de 1600, escreveu sua famosa peça Hamlet, na qual o protagonista profere a famosa frase “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia“, obviamente não existiam carros nem aviões. Se o autor vivesse nos dias de hoje ou se a história fosse reeditada, certamente a frase seria “Há mais mistérios entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã tecnologia“.

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