17 de dezembro de 2025

Motos: solução necessária!


Por Gisele Flores Publicado 24/10/2013 às 02h00 Atualizado 02/11/2022 às 20h41
Ouvir: 00:00

Acidentes com motos

Em função de nossa atuação em ações de conscientização para o trânsito, cursos de pilotagem segura e esportiva e participações em debates e entrevistas sobre mobilidade viária, pelo Instituto Sobre Motos, frequentemente somos questionados sobre o problema do elevado número de acidentes envolvendo motos.

Respondemos que, ao invés de enxergar os motociclistas como um problema, analisando somente o número de acidentes, é mais apropriado analisar primeiro as causas deste fenômeno.

A verdade é que há muitos carros em circulação e a malha viária de qualquer cidade não é capaz de crescer na mesma proporção do aumento da frota circulante.

Assim como acontece em São Paulo, Londres, Tóquio, México e em outras grandes cidades do mundo, não há outra maneira de se manter a mobilidade viária senão estimulando o transporte público e privilegiando as vias para o tráfego de serviços essências, carga e descarga de pequeno porte e veículos de transporte individual, nesta última categoria entrando as motos e as bicicletas. Tomando a capital paulista como exemplo, na prática isso já vem gradativamente acontecendo com a implantação de rodízio de placas, restrição de circulação de veículos por locais e horários, destinação de faixas exclusivas para a circulação de ônibus, motofaixas, ciclofaixas, os bolsões para as motos e, o que quase ninguém reclama por se tratar de coisa privada, o aumento expressivo dos valores de estacionamentos nas áreas centrais e de grande fluxo. E ainda virão mais medidas nesta mesma linha, assim como adotado em outras grandes metrópoles, como: aumento do número de placas no rodízio, destinação dos poucos espaços públicos de estacionamentos exclusivamente para motos, incentivo ao uso de bicicletas e, preparem-se, pedágio urbano, entre outras. Tudo muito impopular e desagradável, mas tornar-se-á inevitável o uso de um automóvel ser considerado um luxo bastante dispendioso, pelo simples fato de que o espaço urbano será um bem muito raro e, portanto, precioso.

Enfim, defendemos uma melhor oferta de transporte público, de boa qualidade e barato, e, paralelamente, o fomento do uso da motocicleta e das bicicletas, pois estes veículos ocupam menos espaço, são mais democraticamente acessíveis, poluem menos e são até chiques, como acontece com as motonetas na Itália e na França, a fim de se garantir o direito universal de ir e vir.

Gisele Flores

Gisele Flores é comunicadora de vários veículos de comunicação e incansável ativista por um trânsito mais seguro.Formada em Comunicação Social pela PUC-RS com especialização em Gestão Pública pela UFRGS e Direção Geral de CFCs pela Faculdade IDC, já foi a única mulher a competir em campeonatos oficiais de motovelocidade no Brasil, entre os anos de 2007 e 2009.Atualmente mantém várias atividades, dentre estas o ISM - Instituto Sobre Motos, uma OSCIP devidamente registrada no Ministério da Justiça, atuante na pesquisa e ensino para a segurança no trânsito e mobilidade viária e uma escola de pilotagem segura e defensiva para empresas e motociclistas. É pilota de testes de novos produtos para fabricantes e já foi jurada para avaliação de trabalhos sobre segurança no trânsito para a Abraciclo e Sincodive-Fenabrave de Santa Catarina.Já foi idealizadora de vários projetos para uma maior conscientização e melhor educação no trânsito. Em 2011 foi nomeada Delegada, com direito a voto, nas deliberações do Conselho de Segurança para o Trânsito do Rio Grande do Sul. Frequentemente é convidada para entrevistas, como participante de mesas de debate, fóruns e paineis e palestrante como especialista no assunto motos.Por sua destacada atuação de responsabilidade social já recebeu as distinções de “Honra ao Mérito” da ABRAM (Assoc. Brasileira dos Motociclistas) em 2008 , da AMO-RJ (Assoc. dos Motociclistas do Rio de Janeiro) em 2010 e, desde este ano até hoje, recebe anualmente da AMO-RS (Assoc. dos Motociclistas do Rio Grande do Sul).

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *