Vertigem: entenda por que isso pode atrapalhar no trânsito
Esclareça suas dúvidas sobre a vertigem e conheça mais sobre as causas e tratamentos desse quadro
De acordo com a Sociedade Barany de Neuro-otologia, a vertigem é definida como uma falsa sensação de movimento ou ainda, uma sensação distorcida do movimento habitual da cabeça. E como esse quadro pode afetar o trânsito?
Segundo o Dr. Luis Eduardo Borges de Macedo Zubko, tontura, enjoos e falta de equilíbrio são os sinais mais comuns de vertigem. Entretanto, os sintomas que desencadeiam a vertigem são variados, o que podem dificultar um diagnóstico.
Quais são os sintomas de vertigem?
De acordo com o neurologista, quando você estiver dirigindo, a vertigem pode acontecer em cinco possíveis cenários. São eles:
- Grupo 1: indivíduo que nunca teve vertigem e apresenta o sintoma subitamente, de forma grave e com enjoo e vômitos associados. Esse é um quadro preocupante e pode levantar a suspeita de AVC ou Neurite Vestibular (inflamação do nervo vestibular).
- Grupo 2: indivíduo com vertigem recorrente episódica prévia, que apresenta vertigem ao movimentar a cabeça de forma angular (por exemplo, ao olhar para os lados para para observar uma placa de trânsito). Esse é um quadro suspeito de Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB, equivocadamente conhecida como “labirintite”). De acordo com o neurologista, esse quadro é causado por pequenas “pedras” calcificadas que podem obstruir os canais do ouvido interno.
- Grupo 3: indivíduo com vertigem recorrente episódica prévia de forma espontânea (sem relação com movimento da cabeça). Nesse caso, o condutor pode apresentar um novo episódio a qualquer momento, enquanto ainda dirige.
- Grupo 4: indivíduo que já sente tontura de forma crônica. Aqui o sintoma é diário e contínuo e a pessoa apresenta dificuldade para caminhar e dirigir. Esse grupo envolve suspeita de doenças neurológicas como Doença de Parkinson, Ataxias Hereditárias, Esclerose Múltipla e Schwannoma Vestibular.
- Grupo 5: indivíduo que descreve tontura associada com sonolência excessiva diurna e quase cochila enquanto dirige.
Sobre esse último grupo, Zubko alerta sobre o risco maior relacionados a motoristas que estejam dentro desse quadro.
“Sobre as pessoas do grupo 5, acredito que possivelmente esse é mais relevante e prevalente em riscos de direção. A principal suspeita envolve Síndrome da Apneia-Hipopneia Obstrutiva do sono (SAHOS), fortemente associada a acidentes de trânsito quando não tratada”, destaca o médico.
Vale ressaltar que arritmias cardíacas e crises de ansiedade também podem desencadear episódios de vertigem.
A vertigem pode se manifestar durante a condução ou no meio do trânsito?
A resposta é sim. De acordo com o Dr. Zubko, o condutor que sentir tontura deve parar imediatamente em um acostamento (ou área que permita estacionar) e solicitar ajuda.
“No entanto, seja por ser um episódio agudo ou sem história similar prévio, essa condição pode constituir uma emergência médica. E até um novo episódio transitório de curta duração, que apresenta risco de novo problema”, explica.
O médico também alerta que mesmo se a vertigem não for algo recorrente, o condutor deve procurar um especialista para examinar os motivos da condição.
Existe tratamento para a vertigem?
Sim e o mais indicado é procurar um médico especialista. Para o Dr. Zubko, o passo inicial para um tratamento de vertigem é um diagnóstico adequado e isso pode ser feito por neurologistas, otorrinolaringologistas ou neuro-otologistas. Entretanto, vale ressaltar que o tratamento varia de acordo com as causas.
“Por exemplo, uma Vertigem Paroxística Posicional Benigna é tratada com uma correção da posição dos otólitos (pedrinhas calcificadas) localizadas no ouvido interno do paciente. Já um princípio de AVC é tratado com medicamento endovenoso”, destaca.
E você, sofre com algum tipo de vertigem? Conte para nós aqui nos comentários!