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02 de novembro de 2024

Crash test: veja porque você deve dar atenção a ele

Assista, na íntegra, a entrevista com Paulo Pêgas, diretor-presidente do Instituto Zero Morte para a Segurança em Transportes, e entenda a importância do crash test.


Por Mariana Czerwonka Publicado 29/05/2024 às 08h00 Atualizado 21/10/2024 às 11h07
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Assista a entrevista na íntegra com Paulo Pêgas, diretor-presidente do Instituto Zero Morte para a Segurança em Transportes, e entenda a importância do crash test.

Crash test ou teste de impacto é, como o próprio nome diz, um teste de impacto de veículos cujo objetivo é avaliar a segurança automotiva para verificar se cumprem determinadas normas de segurança de proteção à colisão em situações de sinistro de trânsito. Apesar de serem pouco conhecidos, e até mesmo pouco divulgados, eles podem ajudar muito na hora de escolher um veículo. Assista, na íntegra, a entrevista com Paulo Pêgas, diretor-presidente do Instituto Zero Morte para a Segurança em Transportes, e entenda a importância do crash test.

De acordo com o especialista, no Brasil existem duas montadoras que possuem laboratórios de crash test: a Chevrolet e a Stellantis. “Teoricamente veículos dessas marcas são submetidos exaustivamente a testes de colisão antes de serem colocados no mercado”, explica.

Ainda conforme Pêgas, existe também um laboratório independente chamado Latin NCAP que faz certificação para produtos da América Latina. Este laboratório tem duas formas de testagem: ele compra veículos no mercado ou as montadoras oferecem veículos para serem testados. “Não existe, no Brasil, a obrigatoriedade de todos os modelos de veículos comercializados no país passarem por crash test”, diz.

Valorização do consumidor

Paulo Pêgas explica que são poucos os consumidores que procuram saber, na hora de escolher um carro, se ele passou ou não por testes de impacto. “O nosso consumidor valoriza muito mais um kit multimídia, um banco de couro, do que airbags, sensor de presença de moto e câmera de ré, por exemplo, que são itens importantes de segurança”, justifica.

Nesse sentido, o especialista faz um alerta.

“Existem montadoras, principalmente as europeias, que desconstrói um modelo, quando ele é vendido na América Latina, em termos de segurança. Recentemente uma montadora dessas relançou um veículo no mercado brasileiro e reduziu, em comparação com o modelo anterior, o número de airbags e a qualidade do sistema de frenagem do veículo. O objetivo foi baratear o custo de produção em detrimento da segurança”, conta.

Veja aqui os últimos resultados do Latin NCAP!

Soluções

O diretor-presidente do Instituto Zero Morte para a Segurança em Transportes diz que a solução é a legislação brasileira tornar obrigatório o crash test em todos os novos modelos. “Mais importante que isso precisamos conscientizar os compradores a comparar veículos não pelos opcionais, não pelo multimídia, pelo banco de couro, nada disso…mas sim pelo nível de segurança, ou seja, o número de estrelas que recebeu no Latin NCAP. É isso que a Europa faz”, conclui.

Crash test
O crash test avalia a segurança do veículo. Foto: Divulgação Latin NCAP

O que levar em conta na hora de escolher um veículo?

O Latin NCAP recomenda comprar veículos com a maior quantidade de estrelas outorgadas pelo laboratório. Eles também recomendam:

  • Airbags frontais duplos, airbags laterais duplos para o corpo e airbags laterais duplos para proteção da cabeça. Os airbags absorvem a energia produzida no impacto e amortecem o golpe.
  • Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC), que é uma tecnologia vital para evitar colisões, pois freia cada roda de forma independente para que o motorista não perca o controle do carro. Dessa forma, permitindo que o motorista mantenha o controle do veículo em situações de risco.
  • Proteção de pedestres: os veículos devem também proteger os usuários mais vulneráveis das vias. A norma UN 127 ou GTR9 detalha qual é o nível máximo de lesões permitidas (aceitáveis) que um carro pode causar, no caso de um pedestre ser atropelado, para ser aprovado pela norma.
  • Limitador de velocidade: esse equipamento limita manualmente a velocidade do veículo à velocidade máxima permitida.
  • Ancoragens ISOFIX para cadeiras de criança: o principal objetivo do sistema ISOFIX é evitar erros na instalação de sistemas de retenção para crianças. Para que o veículo funcione corretamente, ele deve possuir ganchos ISOFIX conforme as normas UN R129 e R44.
  • Freios Antibloqueio (ABS): eles evitam que os pneus derrapem durante uma frenagem forte.
  • Cinto de segurança: eles se ativam em frenagens bruscas evitam lesões e reduzem o risco de morte.

Outros itens de segurança que podem fazer a diferença:

  • Frenagem Autônoma de Emergência: em algumas de suas versões AEB é uma tecnologia de segurança que pode ajudar os motoristas a evitar ou atenuar colisões com outros veículos ou usuários vulneráveis da via.
  • Detecção de ponto cego: o ângulo que os espelhos permitem olhar para trás é limitado, gerando o que é conhecido como ponto cego. A detecção de ponto cego alerta o motorista se houver um veículo em um ângulo que os espelhos não possam perceber. Este dispositivo atua principalmente nas ultrapassagens e mudanças de faixa, bem como nas curvas. Os principais usuários das estradas que se beneficiam desse sistema são ciclistas, motociclistas e, possivelmente, pedestres.
  • Sistema de Suporte de Pistas: ele usa câmera (iguais ou semelhantes às da AEB) para “ler” as linhas do trajeto e alertar o motorista em caso de aproximação.
  • Assistente de velocidade inteligente: Os sistemas ISA (por sua sigla em inglês) utilizam câmeras (iguais ou semelhantes às da AEB) para ler os sinais de limite de velocidade, em muitos casos combinados com a localização GPS onde o limite de velocidade é conhecido naquele ponto e ajusta a velocidade máxima limitada do veículo à velocidade lida no sinal e/ou com o GPS ou alguma combinação de acordo com o permitido.

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