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Micromobilidade: o uso da bicicleta já está incorporado à mobilidade urbana em várias partes do mundo


Por Pauline Machado Publicado 30/09/2022 às 21h30 Atualizado 08/11/2022 às 21h03
 Tempo de leitura estimado: 00:00

Além da crescente consciência ecológica, o aumento no preço dos combustíveis também incentivou o uso de transportes alternativos.

Dentre as 11 mil pessoas que participaram do levantamento Colocando a Micromobilidade no Centro da Mobilidade Urbana, 30% de todos os entrevistados usam bicicleta várias vezes por semana, se não diariamente. Outros 20% a utilizam várias vezes por mês.

O estudo, realizado pela empresa de consultoria Boston Consulting Group (BCG), em parceria com a Universidade de St. Gallen, na Suíça, apontou as perspectivas de futuro e o uso atual de transportes de micromobilidade, ou seja, veículos que pesam menos de 500kg e que têm, ou não, motor elétrico, tais como bicicletas, e-bikes, patinetes elétricos, e-scooters e ciclomotores.

Foram ouvidas cerca de 11.400 pessoas nos Estados Unidos, Reino Unido, Espanha, França, Holanda, Suíça, Alemanha, Dinamarca, China e Japão.

Motivações para usar ou não usar

Flexibilidade, confiabilidade, preço, clima, segurança e a oportunidade de economizar tempo, reduzindo o tempo de viagem, foram as seis principais razões pelas quais as pessoas escolhem a micromobilidade.

Em todos os dez países pesquisados, a maior objeção ao uso da micromobilidade foi, em sua grande maioria, o mau tempo (44% dos entrevistados) – claramente uma questão que os provedores de serviços devem considerar em seus planos de implantação. Ainda, acerca dos pontos negativos, foram citados o alto custo dos serviços e rede de ciclovias insegura.

O fato da bike se adaptar a diferentes estilos de vida e a preservação do meio ambiente também foram citados durante as respostas. Neste aspecto, além da crescente consciência ecológica, o aumento no preço dos combustíveis também incentivou o uso de transportes alternativos.

Micromobilidade bem mais que o uso da bicicleta

Tornando-se fundamental nas pautas sobre mobilidade urbana, a micromobilidade é bem mais do que uma promessa para grandes cidades pelo mundo, é uma forma de conter o congestionamento assim como reduzir as emissões de gases de efeito estufa na locomoção.

De acordo com o estudo, incorporar esse tipo de transporte aos sistemas de transporte público urbano é, de acordo com o levantamento, uma das maneiras mais promissoras com as quais as grandes cidades podem contar para limitar o congestionamento, as emissões e outros males associados ao uso crescente do carro.

O estudo também identificou que, para todos os tipos de veículos, as assinaturas são a modalidade de crescimento mais rápido no mercado de micromobilidade. A Taxa de Crescimento Anual Composto (CAGR, na sigla em inglês) está projetada para exceder 30% na próxima década.

Além disso, na modalidade de compartilhamento em micromobilidade, espera-se que todos os veículos, exceto a bicicleta, tenham CAGR de 10% a 30% na próxima década.

Outra análise observou que jovens de 16 a 29 anos e pessoas de meia-idade, com 30 a 49 anos, são os maiores usuários de micromobilidade nos centros das cidades. Além disso, os jovens do sexo masculino são os maiores usuários de e-scooters e ciclomotores.


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Sustentabilidade

Por fim, no cenário relacionado a questões de sustentabilidade, a micromobilidade ou até o uso da bicicleta pode ter um resultado heterogêneo, conforme as conclusões do estudo a seguir:

  • Quando os veículos movidos a eletricidade substituem a caminhada, as emissões de transporte aumentam. Não apenas durante o trajeto, mas durante todo o ciclo de vida do produto, desde a aquisição e fabricação até a distribuição, venda e descarte;
  • Embora os veículos de transporte público (principalmente ônibus) gerem emissões em alguns estágios do ciclo de vida, compensa-se vários de seus impactos pela vida útil relativamente mais longa dos veículos ativos. Além disso, pelo fato de o investimento ser independente do número de usuários reais. Quanto mais usuários, mais “verdes” eles se tornam;
  • Promover a micromobilidade sem considerar a totalidade dos impactos pode ter um impacto negativo ao meio ambiente. Se o objetivo é reduzir o uso de veículos motorizados, o ato de caminhar e o transporte público devem ser as opções mais incentivadas;
  • Claramente, o que é bom para Amsterdã (Holanda) pode não ser bom para Atlanta (EUA). Dessa forma, é preciso levar em consideração o ambiente local e outras condições;
  • Essencialmente, o impacto do uso da micromobilidade hoje é, na melhor das hipóteses, neutro. Não há apenas substituições insuficientes para o uso de carros particulares. No entanto, mais substituições estão ocorrendo com os dois modos de mobilidade mais “verdes” – andar a pé e transporte público.

 

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