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Alta do combustível: condutores substituem o uso do carro pelo transporte coletivo


Por Mariana Czerwonka Publicado 04/07/2022 às 21h30 Atualizado 08/11/2022 às 21h07
 Tempo de leitura estimado: 00:00

A cada alta no preço do combustível, cresce o número de pessoas que troca o carro pelo transporte coletivo. Veja resultado da pesquisa.

Uma pesquisa realizada em conjunto pela Universidade Federal do Paraná e pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná foi às ruas para saber se havia algum tipo de ligação entre a alta no preço dos combustíveis e o aumento do número de pessoas que troca o carro pelo transporte coletivo. A fonte de estudo foi a cidade de Curitiba.

De acordo com os dados do levantamento, a cada R$ 0,10 a mais no preço do litro do combustível, cresce em cerca de 5 mil pessoas por mês a demanda pelas seis linhas do Bus Rapid Transit, conhecidos como BRT, os ônibus de transporte rápido bastante tradicionais na capital paranaense.

A pesquisa constatou ainda que a substituição do carro pelo ônibus não é definitiva, uma vez que os passageiros ainda são proprietários dos veículos, sendo carros ou motos e, portanto, podem voltar a usá-los quando quiserem, seja na alta dos preços ou quando os preços do combustível voltar a baixar.

O impacto das motocicletas

Outro dado importante foi apresentado na pesquisa. Enquanto cada carro nas ruas elimina 25 passageiros ou viagens do sistema BRT, cada motocicleta elimina 201 passageiros ou viagens do BRT.

Para os pesquisadores, essa diferença vem do fato de que as motos são mais ágeis e práticas para viagens de pequenos trajetos. Esta viagens se tornariam caras se feitas de transporte público, uma vez que cada viagem custaria um ticket.

Logo, observa-se que, ao contrário do que acontece com os carros, a substituição pelas motos tende a ser definitiva. Em especial em grandes centros urbanos onde, além do alto custo, tem-se ainda problemas de mobilidade, encarecimento e escassez das áreas de estacionamentos.

Levantamentos

Conforme o diretor executivo da Abraciclo, Paulo Takeuchi, não há como comprovar essa relação direta.

“No entanto, podemos afirmar que a procura cresceu muito durante a pandemia. Por exemplo, com o crescimento dos serviços de entrega e o maior uso nos deslocamentos urbanos para evitar a aglomeração do transporte público. A motocicleta é um veículo ágil, bastante econômico, com preço acessível e baixo custo de manutenção. O aumento dos preços dos combustíveis e do custo do km rodado pode ter favorecido o mercado de motocicletas. Não temos dados oficiais, porém, que comprovem isso”, ilustra.

O estudo ressalta, ainda, que os trabalhadores do delivery e serviços de última milha estão saindo do sistema de transporte público, assim que conseguem comprar uma moto ou bicicleta.

As informações estabelecidas na pesquisa, publicada na revista Sustainabilit, que reúne artigos científicos sobre biologia, medicina, negócios e ciências sociais, são referentes aos anos de 2010 a 2019, não tendo, portanto, relação à pandemia.

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