Turbinar a moto gera um ruído de 38 decibéis acima do normal
A produção de motos voltou a crescer em junho, mas uma prática comum entre os motociclistas tira o sossego dos outros: a troca do escapamento. A barulheira sobre duas rodas é só um dos ruídos que incomodam pelas ruas da cidade. Mas é um dos piores. “Eles fazem questão de fazer o barulho. Realmente incomoda muito”, diz um homem. “É insuportável, né”, diz uma mulher. O motivo é o escapamento usado para turbinar as motos. Os canos originais são substituídos por outros, sem silenciador. “Isso aqui seria um cano original. Você pode ver que o bico dele é pequenininho, então ele tem aqui dentro uma lã de vidro, e aqui a gente tem o exemplo de um cano que é um cano esportivo. Você não tem os abafadores que aqueles canos têm. Então ele emite mais CO2 e, por conseguinte, faz mais barulho”, diz Eduardo Ferraz, dono de oficina.
Vamos ver então na prática como funcionam estas motos. Uma, com o cano original, e a outra adaptada, com escapamento esportivo. Vamos medir quanto barulho elas produzem para quem pilota e também para quem é obrigado a ouvir nas ruas. Vamos ver quantos decibéis saem destes canos. O otorrino Jorge Leite vai fazer a medição. A moto com escapamento original é acelerada e o medidor chega a 92 decibéis. Já na moto incrementada, as aceleradas chegam a 118 decibéis. Esta outra, mais potente, com quatro cilindros, é ainda mais ensurdecedora: 123 decibéis. Lembrando que, acima de 85 decibéis, o barulho pode ser nocivo, dependendo do tempo de exposição. “E isso pode acarretar em problemas, que não o problema auditivo. Ela pode acabar tendo picos de pressão arterial, tendo dores de estômago”, explica Jorge Leite,otorrino. E para quem aprendeu que o barulho pode ser prejudicial, o motoboy que prefere chamar a atenção da forma antiga. “Eu ando do lado direito da pista e buzino para eles poderem olhar no retrovisor. Para saber que eu estou vindo atrás”, Júlio de Souza, motoboy.
Segundo o Código Nacional de Trânsito, há regras para buzinar. Os toques têm que ser rápidos e usados apenas para alertar sobre o risco de acidentes.
Fonte: Bom dia Brasil