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11 de dezembro de 2024

Logística urbana e seus impactos para a mobilidade


Por Rodrigo Vargas de Souza Publicado 27/05/2022 às 21h30
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Com o crescimento da demanda por entregas, cresce também a preocupação com espaços cada vez mais congestionados. Leia a opinião de Rodrigo Vargas.

Enquanto trabalhava na organização do IV Nuitran Debates, evento online que visava debater sobre “Os Desafios da Logística Urbana para a Mobilidade Humana”, o colega André Rabello, da mesa ao lado à minha, comentava sobre a escolha do tema que, confesso, apresentava-se, até então, completamente novo para mim.

Com o crescimento desordenado da população nos grandes centros urbanos e, principalmente, com o crescimento do comercio eletrônico, cresce também a demanda por entregas nesses espaços cada vez mais congestionados.

Por isso, discussões sobre o tema de logística urbana têm se mostrado cada vez mais necessárias.

Para contornar essa problemática, algumas empresas, como a Amazon, têm se destacado através de inovações, como Armazéns urbanos, instalações menores com melhor localização, permitindo assim que a distribuição seja mais ágil e rápida. Além disso, pontos de retirada, como os sistemas de “compre online e retire na loja”, e as opções de armários em espaços públicos e chaves inteligentes em casas e carros. Outra situação é o transporte alternativo. Alguns países já utilizam o auxílio de “transportes limpos” para pequenas entregas nas áreas urbanas. São veículos menores que apresentam melhor mobilidade na cidade, além de serem mais econômicos, como bicicleta, patinetes e agora os drones. Entregas em horários alternativos, como em horário noturno, no qual encontra-se mais pessoas em casa e o trânsito nesse horário é mais tranquilo. E, ainda, tecnologias da logística 4.0, por serem capazes de grande armazenagem de dados e prever demandas.

Estas tecnologias têm otimizado rotas, tempo e eficiência dos transportes e entregas.

Recentemente já mencionei em outro artigo o quanto essa mesma tecnologia poderia nos auxiliar se aplicada ao transporte público. Mas, voltando à conversa com meu colega sobre o tema, em se tratando de tecnologia, não pude negar que, quando penso em tecnologia aplicada à logística urbana, a primeira imagem que me vem à mente é a de uma cena como essa que compartilhei nas minhas redes sociais há alguns dias:

https://www.instagram.com/p/Cdvsb-XMoKT/?utm_source=ig_web_copy_link

Confesso que, mesmo sem conhecer o tema e suas definições, já refletia sobre essas questões há algum tempo.

E se esse tipo de tecnologia fosse, de alguma forma, aplicada às cidades? Se a configuração urbana já previsse espaços para o escoamento de mercadorias? Se houvesse algum tipo de duto ou túnel que permitisse entregas automatizadas diretamente para cada residência?

Para sanar essa dúvida, nada melhor que buscar quem mais entende do assunto. Saquei o celular e enviei uma mensagem ao amigo Marcus Coester, CEO da empresa e filho do saudoso Oskar Coester, inventor da tecnologia. Expliquei sobre a minha dúvida e ele, prontamente, respondeu que o Aeromóvel está apto para o transporte de cargas sim. No entanto, cargas leves como containers. Para granéis e minério seria preciso estudar a economicidade. Justamente o que eu tinha em mente. Ele ainda complementou, contando que na África fora feito um estudo para utilização para a coleta de lixo durante a noite.

Chegado o dia do evento, comentei sobre minha ideia e questionei sobre a possibilidade (ou intenção) de utilização dessa tecnologia para o transporte pela gestão municipal, seja de carga, seja de passageiros.

A resposta que obtive do Coordenador de Assuntos Estratégicos da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana de Porto Alegre, responsável por temas como Plano de Segurança Viária Sustentável e Projeto Hidroviário, foi que, em algum momento, se cogitou uma linha do Aeromóvel para o transporte de passageiros, mas nunca para cargas. No entanto, tal proposta não obteve a apreciação da gestão.

Não consigo pensar em opções, seja para o transporte de cargas bem como de passageiros, mais seguras e sustentáveis que o Aeromóvel no momento. Mas, há certas decisões que fogem ao nosso entendimento e alcance político. É mais provável que, antes de vermos essa tecnologia se estabelecer na cidade, para além dos 900 metros que ligam o Aeroporto Salgado Filho à estação do Trensurb, construam até mesmo uma linha do Hyperloop! Mais uma da série “santo de casa não faz milagre“…

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