16 de novembro de 2025

Excesso de telas pode afetar visão dos motoristas e aumentar sinistros de trânsito no País


Por Assessoria de Imprensa Publicado 31/07/2025 às 12h09
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excesso de telas
O uso em excesso de telas, cada vez mais presente na rotina social e profissional, pode comprometer a visão dos futuros motoristas. Foto: Tatsianama para Depositphotos

Um problema que tem alertado os especialista de trânsito e os médicos oftalmologistas para o futuro: a visão. Com o excesso do uso de telas, como celular, computador, tablet, entre outros, que fazem parte do dia a dia da vida social e profissional, a visão pode estar comprometida para os futuros motoristas. Em até 20 anos, cerca de 52% da população mundial poderá sofrer algum grau de cegueira ou deficiência visual significativa. Os motoristas estão entre os mais afetados por essa tendência alarmante. 

Na Bahia existem aproximadamente 3.517.952 motoristas habilitados que trafegam pelas vias do Estado. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,19 milhão de pessoas morrem todos os anos em acidentes de trânsito. Esse número pode aumentar se levar em consideração ao crescente número de acidentes provocados pela deficiência da visão em duas décadas.

Doenças oculares

Entre as principais doenças oculares que podem comprometer a segurança no trânsito, o oftalmologista e médico do tráfego Armênio Santos destaca o glaucoma, a miopia, a hipermetropia, o astigmatismo e o ceratocone.

O glaucoma, doença sem cura, mas com tratamento, compromete a visão periférica e, se não for controlado, pode evoluir para uma visão tubular e até levar à cegueira irreversível. A miopia, quando não corrigida, dificulta a visão de objetos distantes — algo crítico para a condução segura. Já a hipermetropia provoca dificuldade para enxergar de perto ou a média distância, mas costuma ser corrigida com o uso de óculos. O astigmatismo gera visão embaçada e distorcida em todas as distâncias, especialmente à noite, quando os faróis dos veículos podem intensificar o desconforto visual. Por fim, o ceratocone é um tipo acentuado e irregular de astigmatismo, que muitas vezes não responde bem ao uso de lentes corretivas convencionais, dificultando ainda mais a acuidade visual ao volante.

Segundo Mário Conceição, presidente da Federação Nacional das Associações de Detran, o Brasil enfrenta uma realidade alarmante no trânsito com mais de 40 mil mortes por ano em sinistros.

“A previsão feita pelo médico oftalmologista Armênio Santos, de que em 20 anos o país terá motoristas com deficiência visual por causa do uso excessivo de telas, torna esse cenário ainda mais grave. Isso porque a visão é um dos sentidos mais fundamentais para a direção segura” pontuou Conceição.

Crianças

Armênio Santos também chama a atenção para o cuidado com a saúde ocular das crianças. Segundo o médico, elas serão os condutores de amanhã — e, dentro de duas décadas, estarão à frente do volante e da responsabilidade pelo trânsito. Para ele, é fundamental que as famílias orientem e controlem o uso excessivo de telas nessa fase da vida, a fim de prevenir o desenvolvimento de doenças oculares que podem comprometer a visão no futuro. “As crianças têm papel fundamental na vida como um todo. E, no trânsito, são especialmente vulneráveis às sequelas físicas e às mortes plenamente evitáveis que os acidentes podem causar. A vida é um todo; o trânsito é um detalhe da vida”, afirmou o especialista.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já aponta que cerca de 1,19 milhão de pessoas morrem anualmente em acidentes de trânsito em escala global. “Se não houver uma mudança de hábitos e maior conscientização sobre os danos causados pelo uso prolongado de telas, especialmente entre motoristas, esse número pode crescer ainda mais. É urgente investir em campanhas educativas, revisões de normas de saúde visual e políticas públicas que promovam o uso responsável da tecnologia” pontuou Mário.

Para Armênio Santos, o problema que vem afetando o trânsito de forma gradual está relacionado à perda da capacidade visual adequada. Ela é essencial para uma condução segura, o que contribui para o aumento do número de acidentes. O médico destaca a importância de políticas públicas de promoção da saúde visual. Ou seja, com ações governamentais que levem informações sobre prevenção da cegueira desde os primeiros anos de vida.

“É fundamental trabalhar com crianças, em salas de aula, envolvendo professores e familiares, para diferenciar a ‘saúde social’ do mero assistencialismo social, na máxima de que: saúde é bom e barato; caro é a doença”, ressaltou.

Texto de Jailson Santos

Assessoria de Imprensa

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