60% dos motofretistas já sofreram acidentes e trabalham mais de 5 dias na semana
O estudo, sobre os motofretistas, foi realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP).
Estudo realizado com exclusividade pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) ao Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) revela que 60% dos motofretistas já sofreram acidentes durante o serviço e 64% trabalham mais de cinco dias na semana.
A pesquisa foi feita durante os dois dias do Pit Stop Motofretista Seguro, realizado nos dias 21 e 22 de julho na Praça Charles Miller, localizada em frente ao estádio do Pacaembu, na capital Paulista. Foi a segunda edição da rede de proteção lançada pelo Governo do Estado de São Paulo e pelo Detran/SP no ano passado, durante a Semana Nacional de Trânsito.
Pesquisadoras da Fipe especialmente treinada para esse estudo realizaram a pesquisa. Ao todo, foram 602 entrevistas.
“O objetivo da pesquisa foi avaliar a satisfação dos motofretistas com seus empregos e verificar suas condições de trabalho. Dessa forma, poderemos dar o devido amparo a uma categoria profissional que tanto tem contribuído com a população durante a pandemia”, destaca Neto Mascellani, presidente do Detran.SP.
Para Luiz Natal Rossi, pesquisador da Fipe que coordena as atividades da parceria entre a fundação e o Programa Motofretista Seguro, o estudo pode corroborar com uma coleta de dados mais ampla. O objetivo seria viabilizar melhores condições de trabalho para esses condutores.
“É preciso analisar que embora seja uma pesquisa preliminar de cunho social, feita com o público muito específico, temos uma amostra da situação de risco que os motofretistas estão expostos. Dos 60% que revelaram envolvimento em acidentes de trânsito, 32% consideraram que foram ocorrências graves”, ressalta Natal.
Dos motofretistas que afirmaram que já se acidentaram, 30% ficaram afastados de seis meses a um ano. E o trabalho de entrega é a principal fonte de renda dos entrevistados. 91% trabalham para aplicativos e 67% trabalham mais de oito horas por dia.
O trabalho informal é outro ponto relevante na pesquisa: 92% não possuem carteira assinada e 58% sequer tem a Carteira de Trabalho e Previdência Social.
Jairo Pimentel Júnior, pesquisador da Fipe que coordena pesquisas sociais sobre perfil sócio-econômico e condições de trabalho dos motofretistas, reforça que, embora a maioria tenha uma jornada de mais de oito horas por dia, os entrevistados gostam do que fazem.
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“Temos um resultado que 66% estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o trabalho de motofretista. Mais importante do que a quantidade de dias, a jornada em horas parece se mostrar mais relevante para aumentar ganhos. E quem considera que tem bons ganhos estão mais satisfeitos, mesmo se trabalharem até cinco dias da semana”.
Acidentes envolvendo motociclistas no Estado
De acordo com os novos dados do Infosiga SP, sistema do Governo do Estado gerenciado pelo programa Respeito à Vida e Detran.SP, o Estado de São Paulo registrou aumento de 6,9% entre janeiro a junho de 2021 na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 38.924 ocorrências ante 36.420 em 2020.
Já acidentes fatais envolvendo motos, foram 148 óbitos no primeiro semestre de 2021 e 146 nos seis primeiros meses de 2020 (aumento de 1,3%).
As informações são do Detran/SP