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Dia do Ciclista: estatísticas comprovam que falta segurança para quem anda de bicicleta


Por Mariana Czerwonka Publicado 19/08/2022 às 16h30 Atualizado 08/11/2022 às 21h05
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Hoje, 19 de agosto, celebra-se o Dia do Ciclista. O momento é de reflexão sobre como é possível aumentar a segurança desse frágil usuário do trânsito.

Hoje, 19 de agosto, é celebrado o dia do ciclista. Essa data faz alusão a uma história triste. Em 2006, nesta data, Pedro Davison, um estudante de biologia prestes a se graduar, foi atropelado por trás em faixa onde era proibida a circulação de veículos e morto em pleno Eixo Rodoviário do Distrito Federal. Pedro tornou-se vítima fatal de um motorista que transgrediu os preceitos do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Como o Pedro, todos os dias sabemos de casos de ciclistas vítimas de sinistros de trânsito. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2020, últimos dados oficiais disponíveis, 1.352 ciclistas morreram em acidentes de trânsito no Brasil. A maior parte das vítimas são homens na faixa etária entre 40 e 59 anos.

Diferente, por exemplo, do número de vítimas ocupantes de veículos leves que está caindo nos últimos anos, o número de vítimas ciclistas está estável.

De acordo com Eliane Pietsak, pedagoga e especialista em trânsito, uma das questões que chama a atenção em relação a estes dados, é que além da fragilidade do veículo, não há um curso ou uma formação específica para este usuário do trânsito.

“O curso teórico no processo de habilitação, muitas vezes, é o primeiro contato que o cidadão tem com a educação para o trânsito. Se o ciclista não passou pelo Centro de Formação de Condutores (CFC) ele pode não ter tido contato com conteúdos de legislação, sinalização e direção defensiva, por exemplo. E isso contribui para o aumento desses números”, explica.

As bicicletas, bem como quaisquer veículos não motorizados, são frágeis e vulneráveis, por isso o cuidado deve ser redobrado. Além disso, eles têm preferência sobre os demais veículos automotores, mas nem por isso devem desrespeitar as leis e a sinalização. “Todos os cidadãos têm direitos e deveres no trânsito. Por isso devemos cumprir as regras e respeitar os demais usuários”, argumenta a especialista.

Dicas de segurança

A regra fundamental para os motoristas é respeitar a distância lateral de 1,5 m ao ultrapassar ciclistas, além disso, dar a preferência e facilitar a passagem em cruzamentos e conversões. “O condutor deve estar sempre atento aos retrovisores, com especial atenção aos pontos cegos”, destaca a especialista.

Outra dica para os motoristas é o cuidado ao abrir as portas do veículo, quando estiver estacionado ou parado, em congestionamentos ou cruzamentos.

Para os ciclistas, há cuidados que dependem deles e normas que devem ser respeitadas. “É importante que o ciclista utilize o capacete, pois mesmo pequenos acidentes podem causar traumatismos cranianos. Além disso, é preciso equipar a bicicleta com dispositivos refletivos e todos os equipamentos de segurança obrigatórios”, argumenta Pietsak.

Os ciclistas também não devem utilizar fones de ouvido, devem usar a audição exclusivamente para os sons do trânsito.

O usuário de bicicleta deve conscientizar-se de sua fragilidade e trafegar preferencialmente por pistas exclusivas. “Quando não houver, devem utilizar o bordo da pista, no mesmo sentido dos demais veículos”, explica a especialista.

Outra dica para o ciclista é ser previsível, certificando-se de que está sendo visto. “Respeitar os demais usuários, como os pedestres, não transitando montado pela calçada, além de obedecer aos sinais de trânsito e regras de preferência”, aponta Pietsak.

De acordo com a especialista, os “motoristas” ainda não se acostumaram com a presença dos ciclistas nas ruas e diante desse conflito, é previsível qual o lado que sai perdendo.

“Os ciclistas são usuários mais frágeis no trânsito, qualquer queda pode ser fatal. É preciso que os condutores comecem a levar em consideração a presença dos ciclistas colocando em prática a direção defensiva e respeitando as normas de legislação. Por outro lado, os ciclistas têm os seus deveres e também precisam respeitar as leis de trânsito, pois parece que eles ainda não se enxergam como parte do todo. Enfim, cada um tem que fazer a sua parte”, destaca a especialista.


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Campanhas educativas

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), através da Resolução 871/21, estabeleceu em seu cronograma de campanhas educativas de trânsito de 2022 que agosto fosse trabalhado, pelos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito, o tema cuidados com ciclistas.

Segundo a resolução, os órgãos devem abordar os cuidados que os motoristas devem ter com a circulação dos ciclistas, especialmente mantendo a distância de segurança e proteção durante sua passagem.

“Além disso, deve trabalhar junto aos ciclistas as regras de circulação e conduta visando sua segurança e proteção, além do uso de equipamentos e roupas adequadas, especialmente à noite para ver e ser visto”, diz a publicação.

Apesar de toda teoria estar adequada, na prática não vemos muitos esforços conforme determina o Contran. “Está claro que é necessário investir em infraestrutura, mobilidade, segurança e educação para quem trafega através desse modal. As estatísticas comprovam que ainda não há nada sendo feito nesse sentido”, finaliza Pietsak.

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