Uso de medicamentos pode oferecer riscos ao volante
Dirigir é uma atividade que requer concentração, atenção, rapidez nos reflexos, coordenação motora, equilíbrio, boas condições de visão e audição e discernimento para avaliar riscos. Por esse motivo, é preciso ter cuidado na hora de ingerir qualquer tipo de medicamento. Remédios aparentemente simples, como antigripais e analgésicos, podem interferir nessas habilidades e trazer consequências graves, como o envolvimento em acidentes, muitas vezes fatais.
A ingestão inadequada, em excesso ou combinada com outras substâncias altera o comportamento do condutor. “Alguns medicamentos usados comumente pelas pessoas provocam efeitos colaterais perigosos, como alterações sensoriais, tonturas, sonolência e alterações de comportamento. No trânsito, esses efeitos podem levar o condutor a causar acidentes”, explica Celso Alves Mariano, especialista em trânsito e diretor do Portal do Trânsito.
De acordo com o especialista, cabe a cada um conhecer detalhadamente o medicamento que utiliza, tomando as medidas de segurança recomendadas pelo médico. “Ler atentamente a bula, prestando especial atenção aos possíveis efeitos e reações provocadas pela interação com outras substâncias, é fundamental”, diz.
As pessoas que utilizam medicamentos moderadores de apetite, antidepressivos, corticoides, anti-histamínicos e outras substâncias que reconhecidamente produzem alterações indesejáveis, devem ter cuidado redobrado e evitar a direção.
Misturar remédios com álcool então, nem pensar. “Além de potencializar as alterações do comportamento, essa mistura pode ser muito prejudicial à saúde e, em alguns casos, levar à morte”, conclui Mariano.
No Brasil, não existem dados sobre a quantidade de acidentes de trânsito que são causados pelo uso de medicamentos pelos motoristas, mas uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz revela que o país está entre os maiores consumidores de remédios do mundo.